terça-feira, 16 de abril de 2024

:: RELATIVIDADE DO SENTIMENTO NO TEMPO::

O coração, vive a relatividade do tempo.

Ama em uma hora, em segundos e se desfaz em instantes.

A alma, vive a relatividade do tempo.

É alma latente em segundos, em uma hora corrói em instantes transcende.

O que é o homem e a questão do tempo da sua jornada?

A jornada do jorro da poesia nos olhos de um pacifista, que acabou de perder o amor da sua vida porque descobriu que era uma mera ilusão.

Ou um cientista que enlouqueceu a perceber que seu relógio estava 13 minutos atrasado e ele perdera completamente sua personalidade.

A cascata forma cores, os obscuros se escondem nas margens.

Temos um tom e meio de vida, um tic - tac na essencialidade do que é originário.

Minha questão não deixa de ser palpável porque não consigo consumi-la.

O consumo, meu desejo, arde e é latente, pulsa!

Já me perguntaram sobre o tempo, sobre outro tempo que não o meu.

Que é diferente do seu e do deles.

Mas de alguma forma, nos encontramos nesse emaranhado de acontecimentos esféricos. 

Não deixamos de ter nossas crendices e nossas repentinas paixões avassaladoras.

Mesmo que seja possível gozar do fruto da virtude do tempo, engravidaríamos no mesmo segundo da mesma vitalidade.

Tempo parado!

Lugares aonde o pensamento vai longe, naquela velha casa aonde passei minha infância.

Tempo rápido!

Acordei com o despertador tentando me chamar para uma vida de rotinas.

Tempo do agora!

Agora entendi que passei grande parte do meu tempo, adormecido.

Tempo do nunca mais!

Foi aquele amor de verão, que ardia tanto, que meus olhos soltavam faíscas ao anoitecer.

Constituir uma relação afetiva com o tempo é a mesma coisa que tentar pegar um peixe morto em um oceano bravo.

Bravo, tempestuoso e sinuoso!

Curvas em toda velocidade percorrem todo meu corpo, inaugurando uma nova tentativa de existir com mais seriedade.

O que seria de mim sem esse tempo?

Ao olhar para o céu, percebo o tempo, devagar, quase como uma fotografia em preto e branco.

Minha incapacidade ocular não me deixa ver o universo colorido, mesmo assim, aprecio com vaidade tudo que está erguido sobre mim.

O rodopiar dos anéis de saturno, marcam as horas que ainda me restam para estar diante do meu próprio espetáculo da vida chamado, temporalidade.

Lembra daquele amor, lá de cima?

Está neste instante a brincando com meus sentidos e a todo momento, na hora H, desmistificando minha construção romana das 24 horas de intensidade.