Eu posso não entender, mas vou dizer não posso servir
somente ao dever. Falo do amor, falo do
amor de tudo, de todos, das esquinas e dos ponto isolados, das bancas, dos
shoppings, das eufóricas, histéricas, das brigas, dos entendimentos não
compreendidos que demoram a ser ouvidos porque, sentimentos verdadeiros sempre
permanecem calados. O amor da amizade, da vaidade, da sinceridade, do visceral,
do sexo e da saudade. Falo do que não entendo, porque quando estou falando, sou
ouvinte e no eco destes falantes, faço do amor, um sentimento apequenado. Então
porque não me calo? Porque não sussurro o amor? Não posso. Sinto muito, mas ele
me enche rápido, de uma vez por todas, e depois se esvai. Mas volta e quando chega
me leva a um lugar aonde existe hóspedes de conversando a respeito de
inquietude e solidariedade. Não sei ser só, e ser só eu sei que sou, mas, não
posso conversar somente com o escuro, com a sombra, com o sol que teima em
tentar me cegar. Mas a noite vem e com ela uma multidão de pássaros quebrando
janelas, tentando me ensurdecer, sentam-se no meu pensamento e escrevem aquilo
que eu não posso me abster... O amor.