domingo, 30 de junho de 2013

:: FORA DA JANELA::


Ela preferiu a morte ao perceber a sua própria pequenez.
Debruçou sobre as pernas e exalou o cheiro do pecado mais profundo.
Viu o louco dançar em frente a um espelho negro.
E a noite que tardava a cair, entrou dentro dela.
Se for possível desistir de si mesma, ela então entrava em um furacão quando pensava,
“Deus não me deu asas, me deu os pensamentos abismais.”
Tola, sossegou com o barulho dos arbustos balançando fora da janela.
Eles queriam entrar, participar daquilo tudo, mas estavam presos na terra.
De onde vinha este gosto de sangue que passeava da gengiva até a ponta da língua ?
Era um doce tormento, o gosto mais singelo do perdão.
Saia do coração...
A palidez mais cálida da madrugada.
E ela apenas sussurrou que não tinha medo de acordar.