domingo, 2 de março de 2025

:: LAMENTAÇÃO INTERNA ::

 

Cai a noite, a cortina está dançando nos ventos noturnos...

Dizem por aí, que ninguém morre por ai.

Duvido eu desta narrativa, pouco expressiva.

Morre-se lentamente, quando se fecha os olhos com força e tenta reviver algo bom com outrem.

Amadas horas, que me buscam sem cessar de inquietude.

Estarrecida com as delicadezas contidas nas minhas lembranças,

Ela me permeia, me deixando no lugar do oculto, sem estação para voltar.

Avisto uma estrela, parece muito com ela, brilha, ofegante, me hipnotizando com seus raios e beleza.

A noite, por mais carros que atravessam essa ponte, o único som que ouço é do compasso sem ritmo do meu coração.

Valente, tenta bater o mais forte possível para tentar me acordar.

Por vezes, ele até consegue, sussurrando baixinho, minha alma me incendeia.

Que fogo todo é esse que me consome a madrugada toda?

Arde tanto, que nada parece doer mais em mim, do que a saudade.

Saudade dela, daquela que posta em minha mesa mental, todas as manhãs.

Se ela soubesse, o quanto eu tento não relampejar de desejo de tê-la, apago em instantes, querendo não voltar.

Talvez, esse seja o instante mais difícil, tentar contar o que sinto.

Existe uma voracidade nas minhas palavras, que quando falo de amor, vira “encanteria”.

Se cada palavra que eu pudesse despejar em um oceano, ele ficaria brando, límpido e satisfeito de tanta paixão.

Se ela pudesse navegar, somente algumas horas por esse oceano, saberia da imensidão que me transpõem as horas a fixar meus pensamentos nela.

Digo, todos esses minutos sem ela, são traiçoeiros.

Algumas vezes, tento fugir, sem sucesso, me recolho aonde ninguém pode me ver.

Por algum frio interno, esfrio tanto, que quando meu corpo volta a vida, estou febril.

Morro de amor todos os dias as 5 da manhã.

Sem o travesseiro dobrado de lado, sem afeto, como uma cólera que tenta rebuscar as minhas mágoas inconsoláveis.

Desejos que tenho de regresso, da volta dela, são sufocantes.

Por tantas vezes, quis partir para um lugar tão distante, aonde nem minha sombra se faria vívida ao nascer do sol.

Me recordo dos passos dela pela casa, do barulho que agua se encaminhava transpassando por todo corpo dela.

O que tenho vivido, me desconforta a vivência.

Viver sem ela, tem sido um jogo sem começo, meio e fim.

Dói, mas não desejo que isso se esvaia...