segunda-feira, 24 de março de 2025

::ARBUSTOS NEGROS::

 Posso tentar narrar o que dentro daquela floresta...


Arvores enfileiradas, desfiladeiros tristonhos, música melancólica.

O vento vem trazendo seu respiro mais profundo, sua penumbra me convida a dançar.

O chão está úmido e os olhos também.

Existe uma fenda diante de minha mente, aonde mora um monstro vestido de negro.

Coloca-se diante da fogueira, os olhos ardem, as mãos pegam fogo.

As pernas cansadas, o quadril, dilacerado.

A dança macabra começa sua sintonia interna.

Está gelado aqui dentro, nada passa sem congelar meu peito todo.

Estou vestido como se estivesse aguardando um caixão para pular.

Minha loucura, demência e transparência, conspiração diante da minha mente.

Eu estou enlouquecendo, as trilhas estão cada vez mais estreitas.

A morte me chama para dançar.

As rupturas estão deformando toda passagem por onde eu costumava me esconder.

As plumas, vacilam diante do horizonte cinzento.

O sangue ferve nas minhas veias, eu estou transbordando agonia.

O cavaleiro procura um lugar para descansar seu cavalo selvagem.

Eu preciso ter um pouco mais de cautela, ou vão me ouvir gritar...