Cai a noite, a cortina está
dançando nos ventos noturnos...
Dizem por aí, que ninguém morre
por ai.
Duvido eu desta narrativa, pouco
expressiva.
Morre-se lentamente, quando se
fecha os olhos com força e tenta reviver algo bom com outrem.
Amadas horas, que me buscam sem
cessar de inquietude.
Estarrecida com as delicadezas
contidas nas minhas lembranças,
Ela me permeia, me deixando no
lugar do oculto, sem estação para voltar.
Avisto uma estrela, parece muito
com ela, brilha, ofegante, me hipnotizando com seus raios e beleza.
A noite, por mais carros que
atravessam essa ponte, o único som que ouço é do compasso sem ritmo do meu
coração.
Valente, tenta bater o mais forte
possível para tentar me acordar.
Por vezes, ele até consegue,
sussurrando baixinho, minha alma me incendeia.
Que fogo todo é esse que me
consome a madrugada toda?
Arde tanto, que nada parece doer
mais em mim, do que a saudade.
Saudade dela, daquela que posta
em minha mesa mental, todas as manhãs.
Se ela soubesse, o quanto eu
tento não relampejar de desejo de tê-la, apago em instantes, querendo não
voltar.
Talvez, esse seja o instante mais
difícil, tentar contar o que sinto.
Existe uma voracidade nas minhas
palavras, que quando falo de amor, vira “encanteria”.
Se cada palavra que eu pudesse
despejar em um oceano, ele ficaria brando, límpido e satisfeito de tanta
paixão.
Se ela pudesse navegar, somente
algumas horas por esse oceano, saberia da imensidão que me transpõem as horas a
fixar meus pensamentos nela.
Digo, todos esses minutos sem
ela, são traiçoeiros.
Algumas vezes, tento fugir, sem
sucesso, me recolho aonde ninguém pode me ver.
Por algum frio interno, esfrio
tanto, que quando meu corpo volta a vida, estou febril.
Morro de amor todos os dias as 5
da manhã.
Sem o travesseiro dobrado de
lado, sem afeto, como uma cólera que tenta rebuscar as minhas mágoas
inconsoláveis.
Desejos que tenho de regresso, da
volta dela, são sufocantes.
Por tantas vezes, quis partir
para um lugar tão distante, aonde nem minha sombra se faria vívida ao nascer do
sol.
Me recordo dos passos dela pela
casa, do barulho que agua se encaminhava transpassando por todo corpo dela.
O que tenho vivido, me
desconforta a vivência.
Viver sem ela, tem sido um jogo
sem começo, meio e fim.
Dói, mas não desejo que isso se
esvaia...