Todos os dias tentando lutar contra os erros, enganos, dores
e angústias.
Eu tenho feito o melhor?
Estou tentando desabrochar, mas sempre estou regredindo.
Não existe precisão no que digo, e minha fala parece
murmurar por um silêncio.
Em mim as coisas não param de fluir e eu sinto que minha conexão
está fraca.
Os caminhos parecem tão largos, quando estou dentro, eles se
estreitam e me esmagam.
Estou corrompida, minha natureza faz com que eu sinta cada
vez menos vontade de escutar o mundo.
O mundo me rompe, ilude minhas percepções.
Sigo caminhando aonde as flores jovens faleçam, aonde eu não
erre, aonde eu não me contorça de dúvidas.
Abro a porta dos fundos, os gritos estão altos, eu posso
sentir, vou enlouquecer de novo.
Qual minha posição nesta sala organizada de fatos e acasos?
Minha mente me fabrica, estou com outro defeito, renasço sempre
de uma forma torta.
Tento consumir a força que tenho de uma maneira
estranhamente perpendicular.
Balanço de um lado para o outro, até ficar tonta e alta a
velocidade não me esconde do irreal.
Recuada, percebo que as orquídeas sorriem para mim, querem
me ver com o rosto na grama.
Algumas coisas que sonho se tornam reais demais e eu fico
confusa de quem eu estou sendo.
É só esbarrar no limite para ver o quanto estou ligada a
algo superior ao meu ego...