Os olhos estão voltados para o céu...
As estrelas estão caindo, cerca de mil termos vão se dissolvendo.
Parece um pouco maior aqui de baixo, agora estou amplificado.
Em meu coração, existe um significado, um ponto mais próximo da minha razão.
Estou diluído em um fluído cosmológico.
Tentando decifrar qual a cor mais forte no vestido colorido da dama oculta.
Se quiser, eu posso acabar dizendo que algo que me orbita sempre esteve diante de seus olhos.
Minhas lacunas, uma memória distante do que eu posso narrar, eu estive presente-ausente.
Não existe uma norma, ritmo ou sobriedade que me faça lembrar de meu último sorriso.
Eu estava distante o suficiente para não usar analogias sobre minha própria claridade.
Consegui cavar profundamente esta noite e vi uma evolução em tirar toda lama de cima de mim.
Um lago apareceu no meu jardim, a agua lembrava a profundidade do seu olhar, insano.
Derivamos de um sentido atual de algo que se move para cima e para baixo, sem direção.
Mas, eu não posso ser literal, minhas palavras estão sobrepostas em uma mesa vazia.
Então, me diga o que sente quando sabe que pode me deixar alto?
Amor, paixão, sombras, flores que nascem em um jardim particular, quem irá colher?
Partindo do passado, eu mereci uma parte de mim que era intocável, fui simbólico.
Na referência das minhas antigas crendices, acabei em um abismo aberto para o Nada.
Eu posso colher nossas flores essa noite?
Estou pegando fogo e minhas confissões são tão imaturas e inatas.
Digo, algo profano me tocou e eu senti todo sangue do meu corpo, ferver.
Entramos em um lugar em nossa alma, aonde qualquer coisa que for tocada, irá ganhar vida.
Silêncio grosseiro, como se estivesse fadado a resistir a qualquer estrondo astral.
Eu venho calado tentando coletar as coisas bonitas e saindo com as mãos vazias.
Você sabe o que houve naquela noite?
Trocaram as estações e só sobrou um manto escuro me testemunhando.
Em passos curtos, vou adormecendo pelas vozes ensurdecidas pela inconsciência.
Parece um castigo, mas não cabe, a xícara derramou, nossa sanidade chegou ao coração.
Vou voltar para minhas feridas, projetando com força, toda temperança que puder.
As correntes estão enferrujadas e eu ouço o romper das horas, anunciando que a Fera voltará para esse mundo.
Qualquer vínculo que não possa levar o barco até o cais, será encerrado.
Em todos os versos, existe uma esperança, um deboche existencial e uma cortesia da morte.
Pode ser que o rio que corre e arrasta minhas virtudes esteja rompendo a barreira da realidade.
E hoje, nem toda minha resistência seria capaz de ocultar os meus desejos mais íntimos.
Existe uma sede inesgotável na minha boca, que não pede licença para que o mundo me tema.
O vento soprou para dentro de mim, um tempo melancólico e nada sadio.
Está tarde e minha febre é mansa e meus caminhos, sem pudor...