Uma vez eu tive um sonho cruel sobre o céu...
Uma vez eu tive um sonho cruel
sobre o céu, ele parecia tão cinza quanto meus olhos.
A tempestade foi me levando e eu
estava flutuando sobre uma noite em chamas.
Eu queria uma honra negra, sem
que pudesse ver e eu me afastei de tudo.
Coloquei meus sapatos surrados e
andei por uma cidade acabada.
Tentei dormir em um banco
qualquer, mas todos estavam úmidos de lágrimas.
A grande absurda sorte que um dia
eu possui, me destituiu de tudo que eu imaginava.
Eu estava tão doente que não
podia pedir ajuda, estava me afundando em desculpas.
A única coisa que eu sentia, não
me deixava mais segura para ficar.
Tentei uma cama diferente, acabei
rezando para adormecer para sempre.
Estava solitária, cheia de
ingratidões, por mim mesmo.
As glórias estavam lançadas em um
chão desolado e corrompido.
Voei dando voltas pelas caldeiras
antigas, aonde encontravam-se, meus lamentos.
Não adiantava querer poder fazer
algo, estava quase sem alma.
Atingida por um destino que eu
queria que não fosse para mim.
Escutei a canção mais melancólica,
ela dançou em minha mente.
Calou minha face e desenhou em
meus olhos, as minhas vozes acusadoras.
Posso ver minha pele, desfazendo-se
pelas minhas suposições.
E se, eu pudesse voltar uns
passos?
Será que eu seria um pouco mais
forte para aguentar o peso da minha dor?
Então, me dê algo para comer
pois, estou tão faminta que está difícil para eu digerir o que carrego em meu ser.
Assistindo as coisas ruírem,
então é assim que o mundo termina?
Suas perguntas, são as respostas
que me fazem viver no limite da minha sanidade.
Eu já enlouqueci tantas vezes,
agora não consigo provar o quanto posso resistir a mais esse momento.
Não consigo pedir ajuda, minha garganta
está estrangulada pelos meus devaneios.
Procurando sorrisos secretos,
aonde existe apenas a sombra de uma identidade qualquer.
Deite-se e deleite-se, esta alma
está esbarrando no barranco, tentando se esquivar de memórias ruins.
As flores estão morrendo em algum
lugar dentro de mim, eu me desiludir pelos meus sonhos.
Estou cega, não consigo ouvir e o
resto dos meus sentidos, não sei aonde foi parar.
Não sou inocente, meu coração bate
tão forte que parece que pode explodir meu peito todo.
Vou descer as escadas, não, não
posso.
Estou dentro de uma garrafa, procurando
um pensamento gênio para me tirar desta perturbação.
Não tenho para onde ir, que
eu não seja capaz de te levar e você é
tão leve.
Me deixe ficar debruçada sobre o
peito de uma saudade que não passa.
Minhas mãos estão tão cansadas de
tentar descrever e minha voz ficou cansada e rouca.
Vivendo no limite do estranhamento
e da fina camada de realidade.
Ainda estou aqui, tentando
aquecer minha consciência com o que eu desejo alcançar...