A chuva está caindo novamente, e a noite está cheia de
medos.
Eu estou cheia de medos!!!
A sanidade tirou suas férias, atrasada!
Um monstro na escuridão segurando uma vela dourada.
A mãe está morrendo no fundo da sala, e ela quer amamentar
meus delírios.
Suspensa a claridade, os olhos estão dentro dos corações.
O axioma está montado.
Estou no centro, as mesas estão pegando fogo, lentamente.
Assistir uma miséria não é necessariamente algo muito bom,
Mas com uma pitada de humor negro tudo torna-se excitante.
Ascenda seu isqueiro, os jornais estão perdendo as linhas.
A única noticia boa por aqui é que, quando nos concentrarmos
estaremos longe disso tudo.
Feche a boca, lentamente para sentir o gosto da ruína.
É lamentável, seus
passos estão cada vez mais pesados.
Seus pulmões doem, e as minhas mãos tremem.
Seu pai usa um terno vermelho, no centro, o fogo vai queimar
suas emoções.
Está tudo estampado e os escudos não servem para mais nada
além de, enfeitar minha solidão.
Estou falando sério, existe algo tentando me iluminar, mas acaba me cegando, a luz me tira da
sanidade.
O som está cada vez mais alto, e as crianças agora comem a
carne podre de seus antepassados.
É quase meio dia e a tenda está se desfazendo.
Aquela tenda que eu usava para esconder meus restos mortais.
No vão dos dentes, sangue e muita obrigação para com o
mundo.
E o mundo não é tão comum quanto meus olhos pensavam.
Minha mente abre lentamente as
portas do calabouço.
Não precisa ter medo, ali dentro
eu estou sem máscaras...