quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

::GOSTO DA RUÍNA::


A chuva está caindo novamente, e a noite está cheia de medos.
Eu estou cheia de medos!!!
A sanidade tirou suas férias, atrasada!
Um monstro na escuridão segurando uma vela dourada.
A mãe está morrendo no fundo da sala, e ela quer amamentar meus delírios.
Suspensa a claridade, os olhos estão dentro dos corações.
O axioma está montado.
Estou no centro, as mesas estão pegando fogo, lentamente.
Assistir uma miséria não é necessariamente algo muito bom,
Mas com uma pitada de humor negro tudo torna-se excitante.
Ascenda seu isqueiro, os jornais estão perdendo as linhas.
A única noticia boa por aqui é que, quando nos concentrarmos estaremos longe disso tudo.
Feche a boca, lentamente para sentir o gosto da ruína.
É lamentável,  seus passos estão cada vez mais pesados.
Seus pulmões doem, e as minhas mãos tremem.
Seu pai usa um terno vermelho, no centro, o fogo vai queimar suas emoções.
Está tudo estampado e os escudos não servem para mais nada além de, enfeitar minha solidão.
Estou falando sério, existe algo tentando me iluminar,  mas acaba me cegando, a luz me tira da sanidade.
O som está cada vez mais alto, e as crianças agora comem a carne podre de seus antepassados.
É quase meio dia e a tenda está se desfazendo.
Aquela tenda que eu usava para esconder meus restos mortais.
No vão dos dentes, sangue e muita obrigação para com o mundo.
E o mundo não é tão comum quanto meus olhos pensavam.
Minha mente abre lentamente as portas do calabouço.
Não precisa ter medo, ali dentro eu estou sem máscaras...