Lá vem aquela garota que sorri, alto, como se o mundo fosse dela...
Epifania!
Uma falta de lucidez, cômica, rebelde e um tanto fugaz.
Translúcida em suas próprias tragédias, talvez uma ópera sem limite para acabar.
Com seus passos tortos, seu coração inebriado de amores, paixões e com apenas um desejo.
Encontrar sentido nas coisas que não quer deixar escapar por onde ela passa.
Sua beleza, efêmera e intra-sexual, não remete a nada e nem a nenhum gesto erótico, desconexa.
Brota de sua mente, poesia, prosa e lugares escuros por onde somente os passos dela, recordam.
Emancipada por sentimentos que ela não quer guardar, sai distribuindo, são dores, aos avessos.
Não economiza em dizer que o mundo é bravo, feroz e redundante quando não se pensa.
Suas condições, passagens, portas abertas, janelas escancaradas.
As pessoas que olham de frente mergulham em um caderno velho de rabiscos, só se percebem quando são pequenas.
Prefere a pequenez, por onde divaga suas torrenciais saudades, nos nebulosos domingos, insuportavelmente, tranquilos.
Anunciada está uma tempestade e ela fica excitada, escreve e recua, tentando encontrar palavras e desejos que, há muito tempo, não sentia.
A euforia passa correndo, entre os vãos da casa, escapando pelas transversais conversas mudas, entre o silêncio e a vaidade, foge!
Com seus antigos livros, filmes e seriados de si mesma, se diverte, com as alegrias que tanto intui em conseguir.
Amante do som do piano mais melancólico, fragilizada pela própria sensatez, não se desgoverna como queria, mas, assombrada pela sua sombra, não se vê.
Estar cega neste momento é uma Dádiva, um dom maior de apenas ali se encontrar.
Ofegante, suas artérias parecem que vão explodir.
Sua filosofia preferida não serve, esta noite não.
O relógio bate na frequência de seus batimentos cardíacos, parece que o tempo irá parar, por um momento.
A retomada de seus instintos, caminhando sem certezas, encontra o bosque de si.
Um lugar de reencontro com seu ego, seu Self!
Neste lugar, encontrei um bilhete, lançado em seu desejo mais íntimo de felicidade, lá está escrito: Euforia!